Thursday, November 19, 2009

Tirai a Pedra

"Então, ordenou Jesus: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque é de quatro dias. Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus?" (João 11:39-40)

Uma das primeiras reações das pessoas, diante de problemas de difíceis soluções, é só enxergar obstáculos. Foi o que Maria enxergou: Senhor, já cheira mal, porque é de quatro dias. De nada adiantaria remover a pedra da entrada do túmulo de seu irmão Lázaro.

Fazer Lázaro voltar à vida era uma tarefa impossível aos homens, mas possível a Deus. Remover a pedra, porém, era uma tarefa que os homens poderiam fazer. E Jesus deixou esse trabalho a cargo deles.

Um milagre requer uma parceria entre Deus e o homem. O homem entra com a fé; Deus entra com a ação sobrenatural. Se o homem não entra com sua parte, a fé, o milagre não vem, pois "sem fé é impossível agradar a Deus". É óbvio que Deus pode fazer tudo só, mas agrada a Deus a fé nele depositada pelo homem. Por isso a Bíblia diz: "Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração" (Salmo 37.4)

O evangelho de Mateus (13.58) registra que Jesus deixou de fazer milagres em Nazaré devido à incredulidade das pessoas. Uma coisa é a fé teórica; outra coisa é a fé provada, vivenciada; é a maravilhosa experiência da relação homem/Deus nos momentos mais difíceis da vida.
Há vezes em que, diante de uma tribulação, de um problema de difícil solução, sentimo-nos desanimados, abatidos, e não temos disposição para remover a pedra que impede nosso acesso à solução dos problemas; só pensamos no "mau cheiro" dos problemas.

Mas Deus, que é maior que todos os problemas, nos diz: Tirai a pedra! Se nós não removermos a pedra da nossa incredulidade, se não exercermos a nossa fé, perderemos a oportunidade de dizer, como Jó: "Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem" (Jó 42.5)
Você está passando por alguma situação difícil? Esse problema já é de "quatro dias" e já "cheira mal"? Já recorreu a Deus e a resposta ainda não chegou? Continue confiando; Ele sabe o tempo de te dar a bênção.

Não desanime.Remover a pedra significa fazer a sua parte para a solução do problema. Exerça sua fé, mas Ele espera que você faça sua parte, sem o que você não verá a glória de Deus.
Era impossível a Naamã mergulhar no rio sete vezes para ficar curado da lepra? Não. Era impossível aos discípulos lançarem a rede outra vez ao mar para terem sucesso na pescaria? Não. Era impossível aos apóstolos recolherem cinco pães e dois peixes pra que Jesus os multiplicasse e alimentasse a multidão? Não. Era impossível aos serventes nas bodas em Caná da Galiléia encherem as talhas com água para que Jesus a transformasse em vinho? Não.

Queremos ver milagres em nossa vida? Não duvidemos das promessas de Deus. Se diante de um problema Ele nos mandar remover a pedra que serve de obstáculo à solução esperada, obedeçamos.

Deus sabe até onde vai a nossa capacidade de lutar, e não deixará que carreguemos fardos superiores à nossa força. Ele não espera o impossível de nós, e sabe o tempo certo de agir em nosso favor.

Então, quando diante de um problema sentires que, realmente, nada podes fazer, e que se esgotou toda tua capacidade física, mental, emocional e espiritual...

...lembra-te que Deus é maior que todos os problemas, e que ainda te resta a fé.
Disse Jesus: "No mundo passais por aflições; mas tende bom animo; eu venci o mundo." (João 16.33).

Se você conhece alguém que está abatido em conseqüência de aflições, que está enfrentando momentos difíceis em sua vida, repasse esta mensagem; abençoe uma vida, tal qual fomos um dia abençoados, pois nada poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus (Romanos 8.35)

Créditos:
texto e formatação: Nerivaldo
e-mail: nerivaldo.lopes@gmail.com
música: Secret garden
data: 08.07.2006

Wednesday, November 4, 2009

Inquieto Coração

Sobre Santo Agostinho

Santo Agostinho nasceu no ano de 354 D.C., na cidade de Tagaste, norte da África. Seus país (que corresponderia à atual Argélia) fazia parte do Império Romano, mas até os 30 anos de idade Agostinho manteve-se pagão. Durante muitos anos, estudou e seguiu o maniqueísmo e outras correntes de filosofia. Agostinho foi batizado somente aos 33 anos, por Santo Ambrósio, em Milão. De volta à Africa, foi ordenado sacerdote e, em 396, sagrado Bispo de Hipona. Tornou-se um pregador famoso, e dedicou-se não apenas Pás suas funções eclesiásticas, mas a tarefas administrativas e à atuação com árbitro em pequenas questões civis. Agostinho morreu no ano de 430, com 75 anos, durante o cerco de Hipona pelos vândalos. Posteriormente, foi canonizado por reconhecimento popular.

Considerado um doutor da Igreja e o primeiro filósofo Cristão, Santo Agostinho foi um escritor intenso, apaixonado e prolífico: deixou mais de 12 mil páginas impressas, sendo 313 livros, 247 cartas, e mais de 500 sermões, que chegaram até os nosso dias. Dentre essas obras, "Confissões" é, sem dúvida, a mais famosa, constituindo-se, talvez, na primeira autobiografia de que se tem notícia na história da humanidade. Os séculos IV e V, em que Agostinho viveu, foram uma época em que a filosofia havia perdido a confiança na razão. Mergulhada no ceticismo, ela duvida da possibilidade do conhecimento da verdade. Cabe, então, a Agostinho restaurar a certeza da razão - e isso, paradoxalmente, por meio da fé.

Seu pensamento está sempre ligado ao concreto, ao aqui e agora, e dali parte para o vôo metafísico. Está ai, portanto, o início da chamada "virada antropológica": o cosmos deixa de ser o centro do universo e o homem e seu destino assumem o seu lugar. E é justamente na supremacia que dá à evidência racional que reside um dos traços da modernidade de Agostinho.

Lida e admirada nos mais variados contextos, a obra deste grande padre da Igreja latina, ícone de uma cultura varrida há muito tempo do mapa, chega ao século XXI com impressionante atualidade.

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Fonte: Folheto da Peça de Teatro "Inquieto Coração" (Baseado nas obras de Santo Agostinho)
Dramaturgia e Interpretação: Eduardo Rieche
Direção: Henrique Tavares
Estréia em 04/11/2008 na Casa de Cultura Laura Alvim (Rio de Janeiro)